A vida? Não estamos preparadas…

As rosas são vermelhas
As violetas são azuis
essa poesia clichê
sem rima, se assemelha
Je ne sais pas qui je suis
(uma constância sem você)
Rosas são libertas
violetas irrompem em cor
catártico é o escrito
que com rima, flerta
na busca de tom, com sabor
para o afago fortuito
Não gosto de silêncio, de ruído, de paz ou de tormenta.
Não gosto do conforme, sublime calmaria intranquila da submissão (pensada ou não).
Daquilo que corrói por prender em aquietamentos, ideais de neutralidades, pífias vontades de tranquilidade, em um sofá de comodismos? Não gosto.
Não gosto de sentir esse peso da rotina, aprisionamentos costumeiros de horários, vestimentas, cortesias e desmandos à toa.
Não gosto do olhar fugidio e julgador, que silencia vozes, a minha voz, reafirmando o que está posto sem deixar o pensamento emergir.
Eu gosto do teu sabor, contraditório, teimoso, voraz.
Tenso, me desafia, transforma, disforme inconstância.
Gosto do sorriso incrédulo frente a miudezas cotidianas.
O que movimenta, ou faz parar (retomar o fôlego em suave descansar), e movimenta novamente.
Gosto do som baixinho e inconstante de tua respiração, quando se aproxima de minha pele.
Gosto do silêncio que fazes ao mirar, mimar, cuidar, tocar.
E da risada de quem desacredita na inocência alheia, pasmo diante de cegueiras crédulas.
Eu gosto. Da calmaria do sono, da turbulência da vida.
Gosto, salivo, d.e.s.e.j.o.
Gosto. Mas não te conheço.
Persigo o mundo! #protaagonizo
não é que é pouco, só parece nunca
não é descaso, nem acaso
a distância é opção de uma prioridade inexistente
e a fronteira, meu caro, sempre foi só uma linha inventada
e o tempo, modo de contar acontecimentos não lineares
E em meio a uma conversa, ela proclama:
Não te satisfaças com um cara que queira te fazer gozar. Não que isso não seja fundamental! É que não tem que ser uma obrigação para ele, sabe? Queira um cara que se divirta absurdamente com teu corpo, por puro deleite dele: mas com o TEU corpo… Meter é o corpo dele. Usar teu corpo inteiro, com o corpo inteiro dele, é o teu corpo!
É que ela descobriu, depois de um tempo, que o gostar daquele menino era sincero, mas não era por ela. Aliás, não é por ninguém, é um gostar à toa. Aquele menino parecia ter prazer na permanência de incontáveis momentos se divertindo, apenas. Não que não fosse especial, o que ela não sabia era se outras mulheres se davam conta do quão especial era aquele tempo dedicado (seja algumas horas, um dia, uma semana). Um tempo em que sua pele, seu corpo, cada detalhe seu, era vontade, capricho, propósito e intenção. Um tempo de um desejo simples, de deleitar-se pelo olhar que se perdia em curvas de lençóis e de seu corpo. Um tempo de admirar sem preocupar-se com os segundos que se perdem vagarosos. Um tempo de fazer sorrir exatamente por tomar tempo sendo egoísta – o prazer de si, no corpo do outro, sabe?
Não?
Pois ela sabia e tinha um orgulho imenso (e silencioso) deste saber.
ela sabia: o que a pele pede
sinta
ávida
vida
sinta
a vontade
de sentir
sinta
sem
sentir
sinta
crescer
vaziedades
sem
fim
#vaziedadesemfim
Vazio contemporâneo:
saber da dor alheia e clamar a atenção para si
demolir pouco a pouco, o carinho construído
inflingindo falta de sensatez
estranha mania dos adultos, humanos
de escarafunchar solidão, impondo intolerante egoísmo.
Olha no outro e vê espelho, usa a imagem para engrandecer a si
Eu, eu, eu…
loucura narcísica
que cega e impede
o sentir.
[Narciso, de Caravaggio]
Pra escrever o que eu acho sobre tudo que gosto
TROVANDO ideias
todo mundo pode cozinhar
[o acaso da vida existe, a aleatoriedade da escrita: jamais!]
[o acaso da vida existe, a aleatoriedade da escrita: jamais!]
[o acaso da vida existe, a aleatoriedade da escrita: jamais!]